ERM, a crise de 1992

Quando os mercados usam seus trun­fos para vencer os governos.

A moeda única da União Européia, o euro, já fez sua estréia no início do ano, mas seu antecessor, o ERM (European Exchange Rate Mechanism, ou Mecanismo de Ajuste das Taxas de Câmbio Européias), também se tornou um símbolo histórico. 

Até 1992 as taxas de câmbio eram determinadas princi­palmente pelos governos. Foi quando o Reino Unido tentou dar apoio simultaneamente a uma libra ester­lina forte (para cumprir as metas acordadas de taxa de câmbio) e taxas de juros mais baixas (para impulsionar a produção interna). Os mercados não aceitaram nada disso. Os bancos centrais gastaram bilhões tentando manter a situação da libra no ERM, a maior parte dos quais foi parar no bolso do investidor George Soros e de outros especuladores. Depois de várias semanas muito tensas, a libra esterlina foi liberada e passou a flutuar livremente, terminando de uma vez por todas com a ilusão de que governos nacionais controlam o fluxo de dinheiro numa economia globalizada.

Os mercados deram de ombros e derruba­ram em mais alguns pontos a cotação do ringgit super-valorizado.